Livro "Quimeras Desconcertantes"

segunda-feira, 6 de abril de 2015

Por muito que tente...

Por muito que eu tente,
existem coisas que me ultrapassam,
vontades que não controlo,
quereres que me apaixonam,
por mais que tente,
por mais que queira,
a vida manda em mim,
e eu perco tudo,
no fim perco o controle de tudo,
por muito que tente,
existem coisas que a vida manda e remanda,
e eu já não quero saber de nada,
não preciso de nada,
não preciso de ninguém,
porque no fim nada tenho,
e no fim, olharei a lua,
lua cheia,
num monte de vendavais,
onde o mundo acaba,
e um poçosem fundo é para onde posso ir,
num mundo onde não tenho nada,
num mundo que o que possa querer,
não irei poder ter,
fico reflectido numa janela,
fumo um charuto da desonra,
num mundo onde a honra não interessa,
e por muito que queira...
NO FIM PERCO TUDO,
NO FIM PERCO A VONTADE,
A MARCA DE SER A PROPRIEDADE DO QUE QUER QUE SEJA,
sou eu propriedade da desgraça,
tente ou não partir a corrente que me liga a desgraça,
no fim nunca importa...
no fim nada importa...
porque vá por onde vá...
não será por onde eu devo ir,
não será por onde eu quero ir,
e no fim...
PERCO-TE A TI, PERCO-ME A MIM,
porque queria ter a vontade de querer,
mas o querer não é poder,
e no fim perco tudo,
no fim perco a vontade...
de ser.


Nenhum comentário: