Livro "Quimeras Desconcertantes"

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Sonhos quem os detem...

sonhos,
quem não os tem...
sonhos,
quem os detem,
perguntei a deus se existias,
ele disse-me para sonhar,
no sonho encontrar o mago fogo,
sonhei...
num tempo que não existia,
num tempo que desistia do tempo,
e lá encontrei o tão esperado mago,
não vás pelo caminho da vida,
voa nas quimeras,
a deusa rainha vais encontrar,
ela não é feita de carne e osso,
ela é fumo, ela é brilho,
ela é o deslumbre de fadas e duendes,
vais-te apaixonar...
E apaixonado...
vais querer sonhar mais...
amar a rainha fada...
Eu a procurei...
E a ví dançar...
maga rainha de sonhos pensados,
nunca imaginados,
etéreas palavras não a descreviam...
sinto-a a voar dentro de mim...
sinto-a a entrar dentro de mim...


Acordei...
não acredito que a perdí...
tenho de voltar a dormir,
para a poder beijar...


sonhos,
quem não os tem...
sonhos,
quem os detem,
perguntei a deus se existias,
ele disse-me para te tentar tocar,
voltei a sonhar,
e percorri terras distantes,
que existiam e não existiam...
mas até ti me levaram...
vi-te...
ser de luz...
quiz um beijo teu...
e senti-te quimera...
a desconcertar-se ao meu toque...
não existes...
não sentes...
não voas...
pois és tu toda fruto...
do meu etéreo pensamento...


sonhos,
quem não os tem...
sonhos,
quem os detem,
perguntei a deus se existias,
ele disse-me que vives,
pois se eu penso em ti tu és real,
estas no meu pensar,
sei-te quimera,
sei-te vida,
conheço cada pedaço de ti,
e sei meu grande amor...
que na verdade da mentira...
um dia...
eu te vou poder beijar...

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

in Jornal da Mealhada


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terça-feira, 10 de novembro de 2009

Solo santo

Numa dança a passo veiem-se a enganar,
pelos seus extremos olhares cruzados
e sonhos entrelaçados de um mesmo fado.
rezam a Deus antes de ser dia,
rezam a Marte nos suores noturnos,
rezas de quem se tenta enganar,
que o que ontem foi já não o é amanhã,
e no amanhã pode ser santo na divindade de ontem.
Rezam crónicas de amores perdidos,
dores ganhas e perdidas,
dores santas e desmedidas,
de quem já tudo víu, tudo sentíu,
tudo aconteceu no seu triste fado.
Choras tu e choro eu,
em lágrimas unidas,
que banham o solo de terra santa,
da dor edíficada,
na dança de corpos ardentes,
e nas almas doentes,
de quem já não aguenta...
este seu triste fado.

sábado, 7 de novembro de 2009

Vida tão só

Foste uma lição,
e fui obrigado a aprender,
fui obrigado a sentir,
e a desistir.
Sonhos escondidos,
que desfloraram corações,
e me fizeram fechar os olhos.
Deixei de ver,
deixer de pensar,
e mais tarde...
deixei de sentir.
O meu coração,
virou ditador de todas as minhas demandas,
ele era quem me comandava,
todas as minhas criações eram tuas,
toda a minha fortuna entregue aos deuses.
Nada escondia, nada prendía,
Abria todo o meu coração,
em esplendor,
não tinha medo de o quebrar,
não tinha medo de voar,
nem tinha medo de perder,
poder dogmático,
para mim era o amor.
Fui obrigado a aprender...
Fui obrigado a dizer Adeus,
fui obrigado a deixar de amar,
fui obrigado a repensar...
a pensar...
a repensar...
a deixar de sentir...
a amaldiçoar-te a tí, a mim e a nós,
e a todas as danças na noite,
em que os magos descansavam,
e o poder era nosso,
e agora...
Fui obrigado a aprender...
Fui obrigado a dizer Adeus,
fui obrigado a deixar de amar,
fui obrigado a repensar...
a pensar...
a repensar...
a deixar de sentir...
Existem noites onde o teu cheiro ainda me perfuma,
já não é ele a minha dança,
já não é ele quem me aquece e reaquece o coração,
ele já não me seduz, já não me reluz,
foste uma lição,
de amores e desamores eternamente não eternos,
de amores que queremos guardar o seu poder,
na mais bela caixa de jóias que tinhas no quarto,
e fui obrigado a dizer adeus...
fui obrigado a perder...
o poder que sentia, o poder que persentía,
o de ter um eterno amor,
que sería marcado como uma tatuagem,
numa pedra dum penhasco,
onde passado séculos,
criações de outras mentes,
lêssem...
e vissem a sua demanda recriada num passado,
que não era seu...e de sí falavam...
Fui obrigado a aprender...
Fui obrigado a dizer Adeus,
fui obrigado a deixar de amar,
fui obrigado a repensar...
a pensar...
a repensar...
a deixar de sentir...
Agora...
Aprendí a lição...
Continuo...
Na minha jornada...
Onde o amor aparece e reaparece...
e só peço...
para não ter de dizer...
Adeus.