Livro "Quimeras Desconcertantes"

terça-feira, 27 de abril de 2010

Descrente

As asas abrí...
e coloquei a mais bela das máscaras,
máscara de ilusão e sedução,
máscara de odores incoompreendidos,
máscara de sentidos iludidos,
máscara...da máscara de mim vivido.
Nesta máscara,
de olfactos diabólicamente perdidos,
nos seios desta tua tentação.
Fui-te mostrando pétalas de erotismo,
em noites de sentimentos escaldantes,
coloquei uma por uma em cada pedaço do teu corpo.
Fiz-te vibrar,
Fiz-te ser...
Fiz-te...ter asas, sem saberes voar...
E no acordar despreendido e sozinho,
em que não te encontro em mim...
volto a colocar as asas,
volto a ter que voar de dia...
sendo gárgula da noite, mas anjo de dia...
sou o que quero ser...
sou o que não quero ser,
afinal...
sou eu...
apaixonado...
radical...
incompreendido...
dorido...
porque simplemente...
tenho mil almas dentro da minha...
a querer voar.

domingo, 25 de abril de 2010

Brava Solidão

Houve alguém,
que um dia me segredou ao ouvido,
que a pessoa que eu sou,
não será escrava da solidão...
Os dias voaram, e os sonhos foram terminando,
Hoje olho na janela, chuva intensa...
...a água escorre com um sentimento de culpa.
De ser ela as barras da minha clausura.
Pergunto-me sem me responder...
Respondo-me sem me perguntar,
afinal onde ando eu?!
que não é neste corpo que eu vivo,
nem é nesta alma que brilho,
vivo além...
bem além...
de tudo e de todos...
vivo na solidão das brumas,
na minha eterna e humilde solidão.
Não sou escravo...
sou rei dela...
neste reino...
que é so meu.
Onde eu mando e desmando...
Onde ninguém magoa ninguém,
e a vida...
deixou de ser de mais alguém...
cá vivo na clausura,
de um brava solidão...

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Feitio enlouquecido

vivo para além de ti,
sou mais do que pensas
e menos do que queria ser.
Afinal...
sou eu...
mortal...
com todos os caprichos das almas,
e todas as ideologias de quem queria voar,
mesmos os perdidos do espaço,
que dizem não querer os altos voos...
que querem eles...
se não voar...
sentir...
vibrar...
com os sentimentos...
que os mais extremos sentidos de almas...
podem oferecer...
vibras como eu vibro...
afinal vibramos todos.
ninguem é mais do que ninguem,
todos precisam de alguma coisa,
todos buscam alguma coisa,
o que buscas tu?
o que busco eu?
secalhar o mesmo feitio enlouquecido,
de uma quimera inexistente...
e ca andamos na busca ridicula,
de algo que não existe,
para além dos mundos que abençoamos como nossos...

Ser demenos no demais

Inconsistência por ser assim
inconsistência por não ser nem mais,
nem menos que ninguem...
sou eu...
absolutamente eu...
aquele que olha para as marés,
vibra nas suas rebentações,
aquele que passa por ti...
e não te vê...
e não o vês...
afinal...
sou igual a todos...
Inconsistência por ser demais...
sendo demenos,
inconsistencia por querer...
o que me é proibido,
negado, por ter corrompido,
além mar,
os deuses gregos.
Aqueles que na sua hira,
quiseram-me condenar...
a ser menos que os demais...
e mais que os demenos...
afinal...
o que sou...
se nada...
e no nada que sou...
reflito...
que neste ninguém...
até sou alguma coisa...
porque se reflito e vejo que sou ninguém...
já reflecti...
para ser mais que um nada
que se deserdou,
do tudo o que tinha...
para ao nada se entregar.
E nesta ordem da minha desordem
de sentidos e anseios,
vivo o que quero,
anseio pelo que não quero,
e la vou estando onde não estou,
e quebrando as regras infaliveis
de tudo o que preciso,
de tudo o que necessito,
para ser mais que eu...
afinal...
ser...
EU.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Carpe Diem

No crepusculo dos anjos,
tocas-te o próprio diabo,
tocas-te o próprio deus,
fizes-te vacilar corações de pedra,
desencantas-te o meu gelado coração.
nele que já moraram princesas,
que se vestiam em puro cetim,
e principes, que contra dragões conquistavam...
desencantas-te o meu coração,
quando nele já só caiam lágrimas de sangue,
e em cada anoitecer...
apercebia-me mais...
o quanto estavam estilhaçados os sentidos...
este coração, que a tantas vidas deu esperança...
agora não via esperança no seu andar...
mais tarde ou mais cedo...
a vida tería de terminar,
e quando a terra me tapasse...
talvez aí percebesse o porquê de tantas lutas perdidas...
mas vieste..
naquele crepúsculo...
tu vieste...
onde o rio tocava o mar,
apareces-te...
e os teus lábios tocaram...
amaram, sentiram, viveram...
no meu olhar...
a vida que finda...
afinal não acaba...
simplesmente...
volta-se a caminhar de um ponto de partida qualquer...
e tu...
nessa tarde...
segredas-te me muito baixinho ao ouvido...
como quem ilumina uma vela...
"CARPE DIEM..."

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Tu e Eu.... ETERNOS

Nascemos todos iguais,
todos mansos, fogazes e audazes...
mas tu e eu...
nascemos para a eternidade,
tal como o céu se eterniza em luares,
e o mar aconchega naus em suas valsas,
vamos amar na lingua que falamos,
vamos escrever nossos nomes,
em almas que ficam,
em almas que vêm,
e nas almas que já foram...
tu e eu,
vamos ser lendas dos nossos cartazes,
lendas que de etéreo,
nem lágrima nem mistério,
só as palavras perdidas,
quando os braços por breves momentos,
roçaram este eterno chão...
Da vida que nos move,
vem a energia do Olimpo,
eles nos movem,
eles nos seguem,
eles são os nossos anjos,
eles são os nossos guias,
eles traçam os nossos faróis...
até a eternidade...
Tu e eu,
vamos nos encher de humildade na vida,
e de orgulho na eternidade,
tu e eu...
vamos escrever os nossos nomes,
onde jamais foram escritos...
transcritos e reescritos...
tu e eu...
vamos ser...
ETERNOS.

terça-feira, 13 de abril de 2010

Perfume no vento

Demónio...
vieste exorcizar os meus anjos,
vieste-me diabolicamente enlouquecer...
anseio teus beijos,
esses que dás, tiras e vorazmente arrancas...
Executas o meu coração em pelotões de fuzilamento,
Excomungas os meus sentidos,
Excomungas os meus olhares,
e fazes-me perder em fogo ardente,
num arfar de bocas,
encostadas, coladas, sugadas, perdidas,
uma na outra, uma com a outra,
em sentidos que não descrevo,
em momentos que a razão deixa de ser razão,
e a vida é mais do que um uma divindade dos céus.
Demónio...
Que tanto me atordoas,
que tanto me vicias, em momentos proibidos...
de luxuria em voos embebidos,
em perfumes de corpos sedentos,
em gemidos nunca repetidos,
químicas de palavras...
ditas e reditas ao som do vento,
químicas de olhares...
hipnotizados no infinito do olhar,
químicas dos nossos corpos...
perdidos no tempo e no espaço,
unidos...

domingo, 11 de abril de 2010

Tocar-te a tí... e só a tí...

Os dias galopam e a vida não pára,
sinto tão perto e tão longe.
Desespero...
arrepio-me...
não consigo tocar-te.
Paro, respiro, choro...
Amo-te num momento,
amo-te numa eternidade...
alucinante eternidade,
esta que faz milhares fugirem,
aos tristes mandamentos do amor...
Triste infelicidade que nos consome...
quando queremos beijar alguem,
e é a nossa imagem reflectida no espelho que vemos,
quando queremos gastar cada segundo a amar,
é tão complicado querer viver neste mandamento:
-ser feliz, na felicidade de alguém.
É tão complicado nos eternizarmos nos passos,
nos anseios, nos clamores de outra alma...
Essa alma não é a nossa...
Essa alma não é a vossa...
Essa alma é a de alguem...
Que caminha a divagar mundo fora...
Em que um beijo pode despertar...
em que um olhar pode siderar...
em que um anjo lhe pode tocar.
E nós, anjos da noite,
vivendo na sombra dos dias,
que se encavalitam uns nos outros,
e a partir de certo momento,
já não existe dia nem noite...
só existe a vida perdida em nós...
só existe a ironia,
de sermos mais do que queremos...
e não termos um sonho tão pequeno...
é ele toda a minha biblia...
todos os meus mandamentos são escritos por ele,
na vida e na morte,
no céu e na terra,
no inferno ou paraíso...
só tenho um sonho...
viver um grande amor....
Ultra-romantico...
que se arma em Deus consigo próprio...
não deixa ser-se feliz...
prefere continuar nesta caminhada...
onde as lágrimas são seu alimento,
e as brumas o seu porto seguro...
A vida é mais do que um amor...
é um amor hipérbolico,
extasiante e louco,
que nos faz simplesmente...
sermos todos magos de nós proprios.

Ébrio de ti...

Ergo-me todos os dias...
busco luz na escuridão...
E nesse buscar,
de anseio de magia,
acabo por descubrir... que o brilho...
ainda é mais escuro do que escuridão que me envolve.
Procuro um despertar,
mas no despertar adormeço....
Procuro vibrar,
mas acabo por ancorar numa vigia qualquer,
a um sonho desperdaçado em cada acordar...
Permaneço sobrio...
Sobriamente ébrio,
ébrio de sentimentos que me fogem...
ébrio de vida que não vivo...
enlouquentemente neste anseio...
de brilhar...
permaneço...
ébrio...
...de ti...