Livro "Quimeras Desconcertantes"

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Sete Túlipas Negras



Porque simplesmente renego...

Porque simplesmente voo...

Porque simplesmente me assombras a cada passo...

Porque caminho a contar as pétalas que me vais deixando no caminho...

E nesse caminho percorro a dizer quando me irá acontecer...

Um dia vou-me virar...

E mais do que a minha imagem reflectida no espelho...

Ireí olhar nos teus olhos,

e em cada um dos teus 7 pecados...

E por cada um deles te oferecerei uma tulípa negra...

Luto da morte de um deus que em ti vivía...

E que envenenas te com as quimeras com que te rodeas te...

E por cada ruína elevada...

Na destruição de mais um deus...

Crías-te mais um demónio...

Que agora vive nessa tulípa negra...

Que ta entrego...

Que a renego...

Para tu a adorares...

Virei mágico, ou monge...

Virei anjo... ou pedinte...

Permaneço na calada da noite...

Com sete tulipas negras na mão...

Rainha do gélido negro...

Que vestes as vestes das sombras...

Enlouqueces a minha mente...

Enlouqueces a minha sorte...

Deitas-te nesses lençõis de cetim negro...

Na tua cama de dorsel prateada...

E mordes os teus lábios...

Pensas em mim...

Precisas das minhas mãos a cubrirem os teus seios...

Precisas do meu olhar a aquecer-te a pele...

E de sentir-me a amar-te...

E do meu desmedido toque de anjo...

Mas tens medo...

Muito medo...

Tremes anjo negro...

Da minha luz...

...

...

E tu do infinito ouvirás ...

...

-EU...

-NA PRAÇA DE ROMA...

-APELO-TE RAINHA DO MAL...

-VEM CÁ BUSCAR O TEU BEIJO DE ANJO...

-VEM ENCARAR-ME...

-VEM OLHAR-ME NOS OLHOS...

-E RECOLHER AS TULIPAS QUE AS SEMEAS-TE COM TANTO DESPREZO...

-NESTE NOBRE CORAÇÃO...

-CORAÇÃO DE CAVALEIRO...

-PROMETO-TE AJOELHAR-ME PERANTE TÍ RAINHA...

-E IREI ENTREGAR-TE AS TULIPAS...

-MAS O BEIJO...

-ESSE NÃo TE PROMETO DAR...

-ESSE TERÁS DE ME ROUBAR...

-PORQUE A MINHA ALMA JÁ MORREU NO MAR...

-DAQUELE INGREME PENHASCO...

-ONDE TU UM DIA...

-ME QUISES-TE SEPULTAR.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Abraço mortalmente terno...




Os nervos à flor da pele...

Os mesmos rostos dias após dias...

Vejo eu a passar ao meu lado na calçada...

Cubro os meus passos com rosas negras...

Olhar vidrados no chão...

Olhar que voa pela mente dos pesadelos...

Esses que me atormentam...

Esses que me fazem dislumbrar...

Rezo baixinho todos os meus males...

Para que não os ouças...

Quando passar perto de ti...

E o meu coração disparar...

O meu corpo tenta aproximar-se do teu...

Mas a minha alma faz me levitar para bem longe daquele medo...

Medo de que os meus olhos se descolem do chão...

E no meio desta turbilhão...

Se colem no teu coração...

E o teu olhar vidrado fatal...

Me faça pedir...

Que as rosas que me cobrem o chão...

Sejam brancas carmim...

E os sonhos rosas...

Que perfumam os meus pesadelos...

E da dor nasce sonho...

E eu nas trevas do medo da certeza da incerteza...

De falhar o que já está falhado...

Viro-te costas...

E as trevas abraçam-me no seu terno abraço...

Aquele abraço mortal...

Das rosas de espinhos...

E deixo-te a ti... sem mim...

e a mim sem ti...

E aos meu sonhos...

O enterro digno de pertencerem ao lado negro...

Assim não perdí...

Não arrisquei...

E perdí a própria oportunidade de não perder...

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Abre a janela da vida...






Que mundo confuso

Não te conheço. Nunca te ví.Não sei que existes...

Mas acordo cheio de saudades tuas.

Acordo cheio de saudades do teu cheiro...

A dificuldade de viver sem ti minha querida.

Andas num deserto.

E mais deserto é o meu Arém.

Não quero, vou voltar a dormir.

Não te quero voltar a perder...

Mas sei... que não te tenho.

Nunca te tive.

Mas sinto uma enorme saudade dos teus olhos.

Dos teus pequenos gestos que me faríam amar-te,

Deita o teu coração no meu colo minha querida...

Abre a janela da vida...

Não consigo controlar.

Esta inegualável saudade de te ter perdido.

Não te conheço. Nem existes.

Mas a saudade ultrapassa-me.

A imensidão do teu perfume é superior.

Só quería poder dizer...

Conheço esse perfume...

Que tens nos teus leves cabelos...

E.. quando menos esperares...

Eu estou a conhecer-te...

Olhas a um espelho...

E eu estarei por tras de ti...

A sorrir... por sentir o teu perfume...

-Minha querida...Não chores mais, estou aqui...

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Negra perdição
















Abro os braços...
não posso conter...
peço-te sem me olhares nos olhos...
agarra a minha mão...
foge comigo...
corre até ao infinito...
onde as rosas negras são o encanto dos imortais...
e as sementes germinam na palma da tua mão...
vira-te agora para mim...
vira a tua boca na minha direcção...
quero-te perdidamente corromper os lábios...
morder-te com o fervor da paixão que arrecado nos olhos...
Jogar-te nos lençóis alvi-negros,
onde a tua pele branca vira talco...
e onde as rosas negras se desfolheiam para serem o teu manto...
...
Os corpos tocam-se...
As almas brincam...
Sinto teus seios a seduzirem-me o corpo...
Sinto teus lábios a fascinarem-me os sentidos...
...
Foge...
Arrebenta as correntes...
Os céus clamam fervor...
Quero ser mais...
E já o sou...
apaixonar os inpaixonáveis seres das trevas...
Quero fazer tremer corações...
Fazer brilhar olhos enterrados em túmulos...
Os corações parados... disparam...
E se pensas...
Que já nada tens mais para viver...
Que o amor já foi...
Olha nos meus olhos...
Verás rosas negras...
Que faíscarão nos olhares por onde passares...
Eu irei nascer e morrer no teu pensamento e no evocar...
Evoca-me... e eu ...
Mago das asas negras...
Irei fazer-te voar...
Irei fazer-te tremer...
...
Teme-me...
Não olhes no meu olhar...
agarra a minha mão...
peço-te sem me olhares nos olhos...
porque se não...
vou-te enfeitiçar...
E o teu mundo será coberto de rosas negras...
Até ao dia do teu último fado eu gritar...

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Crepúsculo da Morte

Na vida sente o suspirar do vento,
Sente o sonho que te foge...
E corre...
Simplesmente corre...
Não deixando que a vida te corrompa...
Corrompe-a com os teus sonhos...
E vive...
Sonha...
Ama...
Quando julgares que já não mais respiras...
Vai até ao espelho mais perto de ti...
Respira e verás...
Estás viva...
Por isso...
Voa...
Empresto-te as minhas asas...
Perdoo-te o passado, o presente e um futuro...
Um futuro no passado...
E um passado num futuro...
Revejo a tristeza nos teus olhos...
Lágrimas a caírem na areia molhada...
Olha o magnifico luar...
Ele devolve-te na ironía do destino...
A droga para o teu coração fazer bater...
Despes as tuas roupas...
E entras nua na água gelada...
Um casamento perfeito entre o Mar e a tua pele...
A lua é a testemunha...
...
Estrelas caiem...
O choro do universo ouve-se no romper de trovões...
no limpo céu... que parece clamar...
por ti...
não te justifiques...
não te destruas...
não te consumas...
droga-te de vida...
Enclausura-te na corrida da esperança...
consome-te com o néctar que levo nos meus olhos...
toma estas asas...
ofereço-tas para os teus voos...
mas o mar...
ele não te quer...
renega o toque da tua pele...
nega ser tão trágico sepúlcro...
Arranco numa corrida fatal...
Destino mortal...
Num suícidio fulcral...
Num nascimento brutal...
Amas a morte...
Amas a vida...
E amas todos os passos do teu anjo...
Segues o rasto além ondas...
Enterrado num crepúsculo...
Nascido para altivamente se perder...
Com a sede de reviver...
Com a sede de ser...
pego-te na mão...
retiro-te da água...
cubro teu corpo...
e num voo perdido no além...
segues...
e renasces...
e prometes...
este mar não volto a banhar...
o sonho é a minha droga...
a vida o meu caminho...
a luz o meu destino...
e quando mais se destrairem...
mais eu também estarei há vossa volta...
naquele terno abraço...
a ajudar-vos também...
a voar...
E voas para o teu destino onde nunca mais te verei...
mas saberte-ei... viva sonhadora...
...
Eu anjo caído...
caído do céu...
ou do inferno...
não me interessa...
renego-me a mim mesmo...
renego aos céus e às asas...
quando por aí tantas almas perdidas...
navegam à procura de um mar frio...
e eu tenho de chegar...
em todos os voos...
a vocês...
que já vislumbram da vida...
as vossas sombras da morte...
...
Pego na minha espada...
que transporto na escuridão dos vossos rastos...
para vos reconquistar às trevas...
Testemunhos dos céus...
Testemunhos das sombras...
E em cada toque de magía...
Completo-me em mais uma alma que voltou a sonhar.
...
Alma do jazigo...
Levanta-te do tumulo...
Descobre esse véu...
Que esse sonho não é teu...
Nem esse pesadelo meu...
Ora comigo a canção da liberdade...
Para além da vida e da fim dos tempos...
A minha alma irá voar e tocar-te
Irá abraçar-te naquele terno calor...
que te fará sorrir nas lágrimas...
que te fará saber que a noite é o amanhecer...
e que o amanhecer é o renascer...
E quando julgares...que o fim chegou...
Aí saberás...
que só o início...
começou...

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Lágrima de um adeus

O som suave do teu respirar a partir o silencio desta noite...
O abismal terror de não te voltar a ter aqui...
Penso quando estou a voar...
Penso quando me ergo sobro o mar...
Penhasco enormemente curto para colmatar tantas lágrimas...
Inglório adeus...
E no voo perduram-me as lágrimas do longinquo adeus...
Passo os dias perdido nos teus olhos...
E no teu olhar que parece eternizar o momento do Adeus...
Para sempre irei sentir-te...
Para sempre estarás aqui ao pé de mim...
Estás longe dos meus lábios mas não dos meus pensamentos...
Estás longe do meu olhar mas não dos meus sonhos...
Adeus meu amor...
Adeus meu sonhar...
Por muito que estes anos passem...
Covas desfeitas e refeitas em séculos de vidas...
Não me roubarão o teu perfume do meu sentir...
Nem o põr do Sol deixará...
De ter sido erguido...
Para deixar de te glorificar...
Podes ter arranjado uma fuga ao meu olhar...
Podes até voar para bem longe das minhas mãos...
Que o teu corpo continuará a ser acariciado por mim durante as noites...
Podes até sentir a minha falta que eu estarei bem do teu lado...
E quando uma lágrima brotar dos teus olhos...
Eu chorarei contigo...
E quando a vida voltar a sorrir-te...
Eu irei sorrir contigo...
Fugis-te mas não te consegues esconder de todos os pensamentos...
E quando pensares que a vida acabou...
Pensarás em todo o viver que te fugiu...
Porque tu simplesmente fugis-te do destino...
Viras-te costas aos sonhos dos sonhos...
E agora estas nesses rochedos...
Olhas para o mesmo por do sol que me toca na pele...
E esperas que ele te leve a mensagem que atiras nessa garrafa...
Mas a garrafa afundasse no Oceano...
O mundo vira-te costas...
Mas não chores...
Estás sozinha mas não sem ninguém...
Na brisa levo-te o meu perfume...
E na chuva as minhas lágrimas...
E o calor que sentes do sol...
é o calor das minhas mãos...
E do meu terno e quente abraço...
que te cobre o corpo...
No dia que a terra nos cubrir os corpos...
O teu olhar...
quando se fechar...
levará a minha imagem debruçada sobre o teu corpo...
a dar-te aquele último beijo...
que ficou por te dar...
quando naquele dia...
O teu corpo deixou de tocar no meu...