Livro "Quimeras Desconcertantes"

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Tornado de fragmentos

Faço mil filmes em toda a minha imaginação,
são milhares de pensamentos,
todos fragmentados,
todos perdidos,
de quem não quería estar a arder em desespero,
de quem quería nascer e morrer na tua alma,
são sentimentos explosivos e frios,
são pensamentos de dor,
alma parida em mágoa,
alma perdida em batidas,
de um qualquer Metrónomo,
que insiste em marcar a minha vida,
a uma batida descompassada,
numa hironia de quem sente demais,
e a vida lhe cede de menos,
se neste vulcão emocional,
que me corroi o pensamento,
não tenho direito a olhar a vida de frente,
e ela tende a rebentar com tudo o que sinto,
se neste ódio mordaz de querer tudo,
tenho no final de mais um dia,
o ódio de tudo o que faço,
a podridão de tudo o que quiz realizar,
porque quero e não tenho,
porque sonho e roubam-me os sonhos,
rasgando-me cada carta que escrevo,
sem aos menos as lerem...
sem ao menos as sentirem...
e em cada linha desprezada e queimada,
na lareira de uma qualquer divisão deste mundo,
eu estou a olhar para ti da rua,
de onde passeio a olhar para ti,
de onde desejo sonhar contigo,
num sonho que não doa,
num sonho que me devolva as asas,
estas que insistem em arrastar pelo chão,
como um qualquer anjo caído,
que tinha tudo para voar,
e cai a cada dia que passa,
porque se sente odiado,
sente-se não amado,
não querido,
nem sequer abençoado...
porque as asas que lhe deram,
parecem não ter destino voar...
quero rasgá-las,
quero matar o sentimento de vida que tenho...
quero não sofrer, não sonhar...
morrer frio como as almas que rodeiam os meus olhos,
mas...
sei que não é isso que quero...
sei que não é a friesa que quero que me abençoe...
quero ser abençoado pela explosão,
a explosão que parece estar encerrada dentro de ti,
a vida que te quiseram matar,
a vida que com um beijo quero renascer no teu olhar...
no teu olhar...
Esse olhar que me faz arder sem sequer me tocar,
esse olhar que me faz chorar sem magoar,
alma que beijo na testa sem luta,
alma a que me entreguei,
pela qual demanha até a noite,
sou escravo deste sentimento,
que posso até desconhecer o seu nome,
sabendo ser amor platónico, amor carnal,
amor pintado a pastel nas linhas que me perco aqui,
a ditar para o teclado,
este que vai me confrontando,
como se o ontem fosse o amanhã,
e o amanhã não tivesse chance para o hoje,
que pretendo conquistar,
que pretendo que me deixe de magoar,
e no amanhã,
como duas águias de fenix,
iremos voar bem juntos, bem unidos,
contra tornados e contra vulcões,
pelos impérios encantados do sol inca,
banhados pela magia dos deuses do aurora,
que nos abençoarão a cada voo,
que nos abençoarão a cada beijo,
que nos abençoarão a cada momento...
será que em breve poderei dizer isto...

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Na Eternidade...Amar-te

A raça que me corre nas veias,
não clama por paz,
sangue em busca de sentir,
alma em busca de ser,
e ter-te...
na eternidade a partilha,
memórias que não terminam,
a cada dia que passa,
a cada ano que vira,
o livro não tem último capitulo,
vira e volta a virar,
no sonho de ser,
aquele sonho dos reis,
a magia dos contos de Shakespeare,
o cruzar do sentir,
o prazer de te amar,
a cada segundo que passo a viver,
a cada segundo que passo a amar,
cada pedaço da tua alma,
cada pedaço do teu corpo,
e quando o sepulcro me anoitecer,
vou dar graças a Deus e fintar o Diabo,
e das trevas renasço...
porque só no te amar...
está a minha alma.
sou maior do que a dor,
sou maior do que a morte,
eu e a minha espada de brumas,
contra os castelos cobertos de moinhos,
luto contra eles,
luta contra os montes e vales,
eles não me impedem de ser,
eles não me impedem de amar-te...
ETERNAMENTE,
Amanhecendo todos os dias no teu olhar,
Anoitecendo todos os dias no teu vibrar,
e nesse percurso que vou percorrendo,
com o teu calor no meu peito,
vou gastando cada segundo a amar-te,
cada segundo não pode ser desperdiçado...
já que a eternidade...
consegue ser tão ínfima,
para toda a Eternidade que te quero amar.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

O tocar no solo

É no desfolhar,
deste livro de recordações,
onde vejo os riscos que corri,
os planos que perdi,
e os sonhos que congelaram no passado...
Agora quero arriscar,
agora quero voltar a brincar,
com o sonhar e o amar,
quero voltar a sentir o coração disparar,
quando o som do sino a bater nas treze horas,
horas de ouvir,
todos os planos a entoar,
todas as trocas de sentimentos que perfilhamos,
e as vozes que conjugamos,
no céu raiado de arco-iris,
podemos cair,
podemos sofrer,
mas de mãos dadas iremos ser,
na caminhada que vamos percorrer,
beijar até o por do sol,
ao tocar solo nos abençoar,
todo o amar que vai nos nossos olhares...

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Perdi-me agora e sempre, Ámen

Falam-me de amor...
Falam-me de sonhos,
eu ingénuo nos passos,
ingénuo na vida...
acredito em tudo, acredito em todos,
entrego-me de peito aberto,
e no fundo...
mais um reboliço,
mais uma quimera,
mais uma página rasgada,
no meu diário das mágoas,
como cromo de alguém...
ficam com os meus cromos,
ficam com os meus sonhos,
e eu perco os pesadelos,
perco todas as linhas e todas as palavras,
são elas comidas na desarmonia que dita as ligas da vida,
e eu que não sou de cã,
tenho de levar com estas regras,
de jogos de amores e desamores,
de quem não quer o verdadeiro amor,
e eu que não quero andar nesta teia,
que não quer ser enegrecido nesta podridão de sentimentos,
levo com eles todos,
no chão do meu quarto,
no chão da minha vida,
rasgam-me os sonhos,
rasgam-me a alma,
e nem se importam,
os seus enlaces são atingidos,
os meus enlaces ficam nas brumas de um umbral,
que é o inferno da minha vida,
e começa a ficar cheio de macabros esqueletos,
que começam a matar qualquer vida, e qualquer sentimento,
que de tão puro, ninguém percebe,
e perco-me no meu perder,
perco-me nas tuas palavras,
perco-me nos teus gestos,
e perdi-me.
perdi-me para todo o sempre,
perdi-me agora e sempre...
Ámen.