Livro "Quimeras Desconcertantes"

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Não digas o meu nome

Quem és tu que entoa o meu nome,
ao longe enfeiticei-me pela voz...
percorro os vales das trevas,
quero-te ver, quero-te sentir...
porque chamas o meu nome?!
não me tocas, não me vês, mas chamas-me?!...
vieste das brumas...
feiticeira de vampiros,
alma sonhadora,
alma tenebrosa,
alma negra...
mas cheia de luz,
vieste para me reacordar,
que é no acordar,
que está o bilho do nosso olhar,
vieste-me quebrar,
em mais uma lua cheia,
que nasce e se põe,
ao som da tua voz,
que sem dó nem piedade...
canta o canto da sereia,
que me vai enlouquecendo,
que me vai atordoando,
na caminhada por estes vales,
quero-te beijar,
porque chamas o meu nome ó musa do além?
porque estás e enfeitiçar-me?
maga dos sonhos, pesadelo dos mortais,
Não te vejo...
Mas pressinto o teu arfar,
quente e humido no meu pescoço,
o meu coração dispara,
sinto os teus dentes afiados cravarem-se,
mordes o meu pescoço e sugas o meu sangue,
unes-nos numa só veia...
unes os nossos corpos na união de almas...
tornas-me imortal...
Mas afinal...
chamas o meu nome?
E não te vejo...
encobres-te nas brumas,
encobres-te nos mortais,
não chames o meu nome...
não cantes por mim...
já estou enfeitiçado meretriz de almas,
tornas-me em vampiro,
vou voar todas as noites,
ao alcance dos teus lábios,
ao alcance do teu toque,
vou amar-te, em cada mordidela,
vou aprisionar-te em cada vez que te amar,
vou te descubrir nas brumas...
chamas o meu nome...
chamas a minha alma...
não devias,
não pressentes, que te vou enlouquecer?!
Agora... que sou vampiro...
Agora que pertenço às trevas...
não fujas...
vou te levar até ao luar dos malditos...
onde te vou desnudar,
onde te vou apaixonadamente amar...
até a noite morrer,
e o dia começar a desflorar,
tornarei me gargula,
com os teus seios nas minhas mãos,
e a tua boca empedrada na minha,
em beijo cruel de sensualidade.
num erotismo erguido em estátua,
pelo menos até a noite ser dia...
e o dia ser noite.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Consumir-te

Desejas?
Preferes?
Sentes?
Vibras?
ou queres simplesmente ser despercebida?
pois eu vou-te consumir,
debaixo de um vão de escadas,
onde te escondes do mundo,
arrebatarei a tua boca,
e nos sentidos em que te contorces,
vou passar a minha mão de artista,
e tocar-te como numa harpa,
vou entoar-te sons do além,
serás o meu preferido instrumento de musica,
vou aprender a tocar violino,
a ir aos sons que entoava em pianos de causa,
tocar nos teus seios,
esculpir a tua face,
moldar as tuas coxas,
e na fuga de quem não quer mas suspira,
vou morder o teu pescoço,
vou fixar os meus olhos nos teus...
e quando um arrepio na espinha sentires...
amar-te-ei...
como se não houvesse amanhã...
e será que existe?

terça-feira, 22 de junho de 2010

Umbral Perdido

sinto os gritos lá fora,
ruidos de lobos perdidos,
sinto as almas penadas,
que desencarnam no umbral,
sinto a sua sede de luz,
vampiros em busca de sangue, carne, vida,
sinto as almas perdidas a chamarem o meu nome,
fujo deste mundo, fujo desta realidade,
encubro-me em céus que eu crio,
onde as almas penadas são os meus anjos,
são essas almas, onde moram todos,
os meus amores e desamores,
permaneço aqui, e lá fora...
ouço os gritos...
e volto a pegar na minha pena,
e encubrir o meu papiro,
de sumo de limão,
escondo os meus sentidos,
escondo os meus sentimentos,
não vais saber que te quero beijar,
não vais saber que te desejo,
no papiro escrito em folha imaculavelmente virgem.
E rasgo a folha...
odiando o sentimento, odiando o meu coraçao,
e refugio-me no umbral,
onde as almas perdidas,
cheias de anseios e dores,
perecebem-me tão bem...
alí sinto-me rodeado...
fugido da solidão da incompreensão,
de amar mais do que cabe no peito,
de sentir mais do que o nosso cérebro raciocina,
e apago as velas...
quero permanecer aqui bem escondido...
das anjas trovadoras que me acenam com seduções,
de sentidos e de carne,
de prazeres, e de platonicos...
fico aqui no chão frio...
as trevas são tão seguras...
viraram a minha torre de menagem,
à deusa...
que nunca virá...

Acendalhas na Escuridão

É um sentimento que deixas,
um rasto que permanece,
um rasgo de loucura e vida,
que me fica nos poros,
a cada beijo que deixei por dar,
a cada vibrar que matei no teu olhar,
e nesta vida que guardo dentro de mim,
neste rompimento que me engrandece,
neste fogo que me explode...
sentirei que estou sozinho,
nesta minha estrada,
de rosas negras e alecrins,
que vou sem volta,
que vou sem rumo e sem gloria,
sem musica nem orquestra,
vou eu comigo,
ao compasso do meu coraçao,
onde ouço os passos na terra,
essa que não me falha,
essa que está ali sempre,
a amparar as minhas quedas,
essa em que eu confio nas noites frias,
e nas noites magas,
onde as estrelas me iluminam,
a essencia de ser mais alguem,
e afinal não ser ninguem,
porque fiquei perdido em alguem,
que não me olhou como eu a olhei,
que não viu o vibrar de uma alma sofrida,
que entregou o seu farrapinho,
a espera que pegassem em si,
e aquecessem a sia vida,
que acendessem as velas,
nesta escuridão que me acompanha,
à seculos de vidas e noites...
Mas não me importo,
esta escuridão é a minha companhia,
esta escuridão não me abandona,
posso contar com ela,
e na sua tristeza...
sorrio...
porque sou feliz...
na sua companhia.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Juramento ao Luar

Nego-me a mim mesmo quem sou,
só para conseguir te encontrar perdida numa sombra,
perdida na minha face que reflito na imensidão do mar...
vais contra os meus dogmas?
não quero saber...
vais contra os meus quereres?
não quero saber...
vais contra os meus anseios...?
quero-te dobrada nos meus sonhos,
quero-te enlouquecida no meu caminho,
suspirar dentro do meu peito,
a cantar-mos a mesma musica,
na mesma voz.
Sentir-te pegar na minha mão,
sentir-te pegar no meu coração...
Não quero saber...
juro que não quero saber...
se os meus dogmas não são o que és tu...
quero sentir-me infinitamente grande,
ao respirar na tua pele,
ao sentir a tua boca perto da minha,
ao fazer vibrar-te na minha essencia...
não quero saber,
se tocas a mesma música que eu,
eu acompanharei a tua música,
só quero sentir-me vivo...
dentro da tua boca...
dentro da tua alma,
ser o teu anjo da guarda,
ser o mágico das noites frias,
e diabo enlouquecido do vale dos teus lencois...
não quero saber...
não quero mesmo saber...
se és igual a mim...
eu não quero ser igual a ti...
eu quero é estar em ti.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

O teu sorriso

Queres tu e quero eu,
quer o mundo e o universo,
que o sorriso dos teus lábios,
seja mais do que parte de ti,
seja eternizado em quadros,
em pinturas eruditas,
de sentidos politacamente correctos,
Queremos todos a uma só voz,
que esse sentimento que transmites,
salve o mundo e mude o universo,
que os teus pontos de vista,
não sejam perdidos no fundo de um baú...
E nestas frases que pintam o teu olhar,
que te fazem sonhar,
descrevem elas a beleza do ouro,
diamantes e glórias ...
desse sorriso em que enlouqueces,
aquele que passa...
aquele que se cruza...
aquele que te vê ao longe...
aquele que te vê bem de perto...
todos têm o mesmo sentimento...
a perdição num sorriso,
que nos faz ser pequenos e singelos,
ao ser-mos deparados,
com os teus dogmáticos lábios,
nada a contrapor, nada a contraria,
são eles comuns a todos os pontos de vista...
esses lábios de carmim,
banhados em tulipas vermelhas,
são a minha perdição,
esse teu sorriso tornou-se a minha tentação,
tentação de quem não quer pecar...
só quer beijar...
esse tão dogmático deslumbrar.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Ciclo de uma lua cheia

O sentimento inconsistente,
de um amor maltratado,
o sentimento refreado,
de quem é malfadado...
Viver em busca de si...
Do seu interior do seu ser,
quando a sua busca é um amor enlouquente,
viver sendo o que está a mais,
sendo quem não é de cá,
quem não se sente cá,
quem se perdeu por cá.
Vagueio pela vida...
sou errante nos sentidos,
errante nos sonhos,
errante no caminhar.
Amo agora alguem...
a intensidade do que sinto,
a magia do que pressinto...
logo passa...
logo quando o sol desaparecer,
e a lua cheia do nada...
resplandecer...
terá terminado...
mais um efemero capitulo...
do que nada vivi,
do que nada senti...
afinal...
do que nada continuo a ser...
Continuo a acreditar...
nas almas que se dizem apaixonadas,
e não estão mais que vidradas,
na confusão de uns corpos a vibrarem...
sim seduziste-me...
sim dancei também na valsa seduzindo-te,
sim olhei-te de lado contorcendo os teus desejos,
tal como tu, estavas sensualmente embriagando os meus sentidos.
E nessa dança dei-te o meu coração,
e mostrei-te a minha alma,
e o agora...transformou-se em passado,
a noite enganou-me,
com mais um amor louco,
em que os sentidos ficaram negros,
e a razão deixou de ter razão,
e os pesares, passaram aos pares,
nas dores de marfim que me compõem a alma,
e na desarmonia da minha depressão...
acabo por ser o unico estado que conheço...
o estado da minha alegria, tristeza...
sinfonia de sentidos,
de pecados perdidos...
acaba por ser a minha depremida vida,
de quem é ingrato com a vida,
porque mais que tudo o que sente,
mais do que tudo o que vive...
só quer um amor louco...
que perdure mais que o ciclo de uma lua cheia...

terça-feira, 1 de junho de 2010

BASTA!

Por mais que pense,
larga-me, não te quero,
por mais que te queira?!
já não te quero mais,
por mais que me seduzas,
larga-me e sai daqui...
vies-te para me endoidecer,
e endoideceste-me,
trocas-me as voltas,
trocas-me os sentidos,
ganhas vantagem das emoções,
ganhas vantagem de me conheceres,
acenas-me com os contos de fada,
onde sabes que eu moro e vivo,
onde sabes que me imagino,
e permaneço,
quando me abandono do teu olhar,
e la fico eu a sonhar,
nos meus contos de fada,
onde tu e eu somos felizes para sempre,
e onde a alegria toca a armonia,
e a felicidade é mais do que fogaz,
é algo capaz de se aninhar,
em ti, em mim e em nós,
por isso...
basta...
já não me conheces,
já não me sentes,
deixei os contos de fada,
deixei os sonhos de menino,
tornei-me rude,
tornei-me homem,
perdi a eterna adolescencia,
onde queria permanecer a viver contigo,
mas agora...
basta,
perdi-me em ti...
e abusas-te de me perder,
e ao perder-me perdi-me dos meus sonhos,
agora já não os tenho...
Contos de fada?!...
Frutos de imaginação,
dos contos perdidos de Avalon,
deixei-os bem atrás de uma bruma qualquer,
onde já nem eu, nem tu saberemos dar,
agora perdi as asas,
já não sei voar,
perdi os sentimentos,
já não sei amar,
perdi as vontades...
já não sei...viver.
BASTA.

Transformar sentimentos em arte

A noite vai alta,
os sonhos são perdidos em folhas..
lançadas...
amachucadas...
...contra a parede...
escrevo o que sinto,
como se poeta fosse,
sentidos, quem não os tem,
afinal...só os coloco em frases,
que nem organizadas estão...
E nos tons que coloco,
naquelas telas perdidas em paredes,
fossem arte de vida e brumas,
e pudessem ser entitulados por quadros,
não são mais que breves rabiscos,
colados numa tela colocada ao alto,
e as outras artes, representar,
de quem representa o ninguém,
em todos os dias que tenta ser alguém,
e la vou me perdendo em mil artes,
a tentar ser artista de um não artista,
e apesar dos desconcertadas quimeras,
que coloco em cada pedacinho que produzo,
e acabo por oferecer ao mundo,
não sei se o mundo o quer,
ou se sequer o deseja...
mas eu na mesma ofereço...
e tudo o que faço clamo-me a mim proprio,
afinal... sou o meu maior fã...
sou o meu maior paparazzi,
persigo-me todo o dia,
vejo tudo o que faço,
tudo é observado ao infimo pormenor...
percorro-me e observo-me...
documento tudo em fotografias que ninguem me compra,
ponho tudo por temas, pastas, e sentidos,
ergo-me todos os dias, e olho-me logo ao espelho,
já estou no meu posto...
paparazzi do não artista,
que todos os dias persegue o sonho,
da arte beber, da arte comer, da arte viver,
e da não arte vai preenchendo cada canto da casa,
e ficando orgulhoso do não artista que é,
não fosse eu o meu maior fã,
não fosse o meu maior seguidor,
mas não...
não sou artista,
só transformo os sentimentos em arte...
afinal...
sou é mágico.

Dança...pela vida

Choro, danço e clamo...
da-me a mão,
da-me a palma da tua mão,
confia,
acredita
fecha os olhos,
respira fundo,
entreabe os lábios,
flecte um pouco as pernas,
e anjo diabólico,
vais ser torturado neste tango,
mandas e desmandas,
mas neste breve momento,
pego-te na cintura,
não abras os olhos...
confia...
de suave provoco-te os teus lábios,
com a dureza de uma mordidela,
pucho-te, empurro-te, e faço te girar sobre ti,
não, não abras os olhos...
confia...
deixa-te ser guiada... hoje e só hoje,
coloca-te nas minhas mãos...
puxo-te contra mim...
sinto teu peito contra o meu,
o teu respirar ofegante na minha cara,
os teus lábios com sede dos meus,
e a música que não para de tocar,
e de nos provocar a alma,
espicaçar os sentidos,
e fazer-nos sentir parados no tempo,
como se o infinito existisse para nos amar,
e eu em mais uma rodopio arranco-te a saia,
e faço-te abrir bem os olhos...
bem encostados nos meus,
bem encantados no meu olhar,
hipnotizados,
marcerados,
encadeados,
de fogo, paixão e desejo,
tentas beijar-me,
...afasto-te...
não...não beijas...
pego na tua mão e volto a puxar-te contra mim,
sinto os teus seios, sinto o teu corpo,
percorro teu corpo com as mãos...
como se a minha palma,
dançasse nas curvas do teu corpo,
e nessa dança, o teu coração grita...
pega-me, consome-me, vive-me...
e eu volto a puxar-te bem para junto de mim...
e com olhos colados...
beijo-te,
bebo dos teus lábios vida,
bebo da tua lingua fogo,
bebo do toque da tua pele aconchego,
bebo do teu olhar paixão,
e paro...
volto a olhar-te no olhar...
e digo-te suavemente depois ao ouvido...
...hoje...não...
hoje vais dançar... pela vida...
para mim.

Diálogo transcendental

Tudo vai mal,
-não vai nada????
Tudo esta perdido,
-não esta nada???
cala-te não me contradigas,
-contradigo sim!!!!
porque me queres convencer que não sofro?
-porque sofres erradamente
a vida vai mal...
não percebes?
perdi amores, perdi sentidos,
perdi parentes, não perdi filhos,
pois também não os tenho,
se os tivesse???
tinha os perdido...
Tudo vai mal...
-Não vai nada, vê la se despertas
-a vida são mais que duas conversas
-e os sentidos que declamas
-os sentidos são vida
-acorda para a vida
-que é ela a tua maior paixão
-o teu verdadeiro amor
-os teus verdadeiros filhos
-os teus verdadeiros sonhos
-são a vida
tudo vai mal!!!
não percebes
a contradição de perder o que não se tem?
a contradição de sonhar e não poder viver?
para quê sonhar se não vives?
-para quê viver se não podes sonhar?
-para quê quereres o amanhã se será igual ao hoje?
-acorda, és feliz e nem o sabes!!!!
-acorda!!!!!!!!!!!
-nada vai mal a não ser a sinfonia a que cantas
-essa que pensas ser tristeza?!
-é vida?!
-essa que pensas ser morte?!
-agarra-te aos infinitos
-e se não fossem esses infinitos?!
-quem serías????????????
ninguem.....

A dor de arder...sozinho

Fogo... mas o que é o fogo?
ódio, raiva, sede????
magia, seca?
esperança????????? morte???????
o que é o fogo que nos consome?
aquele sentimento explosivo,
dentro de mim, de ti... e de todos nós?!!!
como o defenir?
magia perdida num entretanto?
mágoa desmedida que crias-te dentro de mim????
eternizada como tatuagem...
queimada de tanto ser pintada!,
repintada!, marcada!...
com o teu nome!...
com o teu sobrenome!...
que teimas em escrever, apagar, escrever, apagar???...
como definir????
a eternidade de uma tatuagem,
pintada e repintada aos caprichos de um alguém,
que não tem, nem o mesmo compasso, nem a mesma dança,
simplesmente dançou contigo,
a dança trágica do destino,
que te fez ser... e não ser...
e agora abandonado, delicerado, apagado,
sentes o fogo... que não se apaga...
da tatuagem vincada, picotada, queimada,
deliceradamente na minha pele...
abusivamente no meu coração...
e agora grito na minha desaromonia,
de querer ter e não ter,
de ser o que não posso ser,
neste sentimento desconcertado,
de arder sem saber,
de amar sem querer,
de dançar sozinho a um só compasso...
a dor de arder...
sozinho.

Apanhas-te-me

Olhas de lado para mim,
pões um sorriso de quem nada quer,
...interessante e apaixonada,
só pela vida e pelos sentidos...
mas no final estas bem louca por mim,
sentes-te tremer,
apertas a mão na tua perna.
magoas...
sofres...
contorces...
não podes ser fraca,
não podes mostrar,
não podes entregar trunfos,
olhas de lado,
mas não queres que o veja,
que bem no canto do olho,
estás tão louca por mim,
e do nada...
discutes,
cheia de raiva,
pois eu apanhei-te,
bem apanhada,
e entrei bem dentro de ti...
e já nada podes fazer...
empurras-me,
e do chão vejo-te a afastar,
pernas a ondular,
coração a vibrar,
a querer ser má...
e com o coração disparado por mim...
não me importo...
sei que estás louca por mim...
e como uma droga,
sei que voltas,
como tulipa negra marejada em incenso,
sei que queres que te beije,
que te enlouqueça e te aqueça,
os sentidos consumidos que só querem...
que à meia noite eu esteja também...
completamente louco...
mas...
shiu...
shiu princesa contorcida...
porque vou-te contar um segredo...
guarda-o bem silenciosamente...
eu já estou louco...
completamente louco...
louco pelo teu olhar,
louco pelo teu andar,
louco pelo teu mover,
louco pelo teu perfume,
louco pelo teu arrastar de quem nada quer,
e tudo pretende agarrar,
e do nada,
quando me apareceres,
vou te surpreender,
com almas tocadas,
com almas implantadas,
numa quimera qualquer,
não fosse este pensar,
mais um sonhar qualquer,
de satélites que teimam em andar,
em meu redor...
querem-me enlouquecer,
querem-me agarrar,
querem-me possuir,
nas suas jaulas,
pensamentos e sentimentos,
de quimeras que enterro e desenterro,
nas brumas dos meus sonhos,
mas aí ao menos tudo é eterno...
até o sonhar.