Livro "Quimeras Desconcertantes"

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Seduzindo a Sedução


Fazes-me doer a alma.
Fazes-me tremer a voz.
Perder-me antes mesmo de me encontrar.
Enlouqueces pensamentos e vontades.
Seduzes e fazes te seduzir.
Enlouqueces e deixas-te enlouquecer.
E num desgarrado beijo.
Fazes-me sonhar assim.

A magía sai do brasão do teu olhar
As insignias da paixão estão nos teus gestos
E em cada tua palavra dirigída
Em cada olhar teu que me toque
Volto eu a me perder numa causa perdida
Reencontro paixão em cada frase
Que me deixas na mesa da cabeceira
Antes de fugires para longe de mim...

E no meio da rua...
Quando vejo-te a passar...
Fito teu olhar e gelo-te por momentos...
Pego na tua mão...
Encosto-a ao meu peito...
E valsa-mos...
Valsa-mos sem fim...
E quando julgares que a dança chegou ao fim...

Consumo os teu lábios num apaixonado beijo.

domingo, 22 de fevereiro de 2009

Numa Foto... Seduzes...




Queres endiabradamente me enlouquecer...
Olhas e seduzes-me...
Arrancas-me beijos sem me tocar...
Fazes sonhar...
Fazes arrebatar...
Fazes enlouquecer...
E no vibrar...
Lá estou eu a olhar...
A tua foto...
E a desesperar...
Por te estar a admirar...
Sem nunca te ter esculpido...
Com estas mãos...
Que permanecem...
desejosas...
ansiosas...
de te percorrer...
de te ter...
de te fazer enlouquecer...
de te segredar ao ouvido...
os mandamentos do amor...
Quero sentir o teu peito ofegante...
Os teus seios beijar...
E o teu corpo permanecer...
entre os meus braços...
E fazer-te sentir que alem de protegida...
voas...
Longe do real...
Longe do imaginario...
Numa realidade que não convem contares...
Por ser tão loucamente apaixonante...
Por ser tão delirantemente arrebatadora...
Onde os corações disparam...
Onde os segundos param...
E as aves num deja vu arrepiante parecem voar sempre em circulos...
E os nossos lábios arrancam-se...
Arrepiam-se...
Estremecem-se...
Dizes palavras...
Palavras loucas...
Palavras ensurdecedoras...
Ao mais casto dos mortais...
Mas nós não estamos na mortalidade...
Vivemos na imortalidade da dança...
Estremeces ao meu toque...
Estremeces ao sentir-me a amar-te...
Estremeces nesta dança...
Onde eu beijo todo o teu corpo...
Onde eu beijo toda a tua alma...
Onde eu mato o teu olhar...
E acordo...
E volto a sorrir...
Até há próxima vez...
que o meu olhar se voltar a perder...
nesta tua fotografía...

Rosa Negra




No meio do Pôr do sol...
Ela sorriu...
Tomou uma taça de champanhe...
E disse...
Anda...
Anda para mim...
...
Em sofá bordeaux...
Ela espalhou o seu encanto...
E no seu encanto perdí o som...
Sentindo-me num sonho...
Onde as brumas abençoam os olhares vibrantes...
Fechava os seus olhos...
E estendía as suas longas pestanas...
Mais do que o seu corpo...
Mais do que o seu brilho...
Mais do que o seu perfume...
Seduzia pelo encanto...
e em cada gesto...
Uma sensual dança...
Onde um feitiço era lançado...
E os olhares apaixonados...
No infinito colados...
Não descruzavam...
Intensificavam-se...
Seduziam-se...
Dançavam...
E amavam-se...
Sem se tocar.

O Farol





Ouço um sussurro...
Ouço um vibrar...
No cimo da montanha algo vibra...
Ouço um pedido...
Uma águia parte o vidro...
Uma cortina rasgada sai da torre do Farol...
Um penhasco se abre ao meu redor...
Ouço o teu chamamento...
Vejo o teu brilho...
O teu cabelo é sombra celeste na luz ofuscante...
O farol liga-se...
Ouço um grito de terror...
...
Mas a vida sem mercê...
Não me deixa seguir...
Não me deixa estender-te a mão...
Não me deixa saír do meu poiso da rocha lunar...
Arranco as minhas roupas...
Arranco o coração...
E digo ao anjo que passa...
Que lho ofereço em troca das suas asas...
Ele nega-me o voo...
Mas não me vai negar o sonho...
Olho penhasco abaixo...
Mar irado...
Aguarda pelo meu calor...
Aguarda pelo meu cheiro...
Dou passos atrás...
Tentando não sentir o buraco das trevas que se avizinha...
Corro...
Lanço-me...
Sinto o vento na cara...
A aragem...
Estendo os braços...
Aguardando o choque de titãs...
Num mergulho avassalador...
Expludo no mar...
O mar exalta um grande trovão de água...
Sinto tanto frio...
A morte debaixo de água...
Aparece-me a sorrir...
Mórbida mas ternurenta...
Mulher sereia...
Linda, nua, sedutora...
Como a convencer-me...
para me deixar desistir...
para me deixar ir...
Eu...
Olho bem nos seus olhos...
E sorrio...
Maldosamente sorrio...
E grito-lhe...
...
...NÂO ME VENCES...
...
Viro costas...
E recupero fôlego já a boiar...
Olho para o Farol...
Ainda está tão longe...
E o farol apagou-se...
Vejo o brilho de uma faca...
A cortina esvoaça cá para baixo...
O perigo acentuasse...
E ganhando forças...
Nado... Chego a terra...
Subo o penhasco...
Ouço a tua voz...
Cantas para mim...
Guias-me...
Pedes-me ajuda...
Arrebento a porta...
Subo as escadas do Farol...
E sim...
Ninfa...
Quase seduzido pelas tuas lágrimas...
Pelo teu brilho...
Que beleza incomensorável...
Viro-me...
Ouço um riso estridante... Um riso doentio...
Olho para o meu lado...
-Oi, como vais meu antigo cavaleiro... Já não te vía a algum tempo...
-Tu... Julgava-te longe... Julgava-te desaparecida...
-Desaparecída no teu rasto... Desaparecida no teu olhar...
-Sim...
-Mas não desaparecida do teu mundo... Vou te roubar o que mais gostas... Para sentires o que eu perdí...
-Vingança?!
-Não... Roubar-te o que me roubas-te... O amor...
E ao levantar a faca bem alto...
Tentando cravar no meu destino...
As trevas sombrias...
Mergulho... Voo...
Como nunca o fiz...
E voando a frente da minha diva...
A faca é cravada...
No meu peito.
Caio...
E sorrio...Esvaindo-me em sangue...
-O amor não me roubas...O amor vive-se... O amor sente-se... O amor persegue-se... O amor consomesse...
E ela com as lágrimas nos olhos...
deixa caír a faca...
E da janela partida lança-se num voo...
Que não sei para que destino a lançou...
A diva...
Olha-me nos olhos...
E trémula limpa-me o sangue...
pegando-me na mão...
Susurra no meu ouvido...
-Amo-te...

...
Beija-me os lábios...
E eu sorrio...
E parto Feliz.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Diva



No meio de uma agonía momentanea...
Lá vais tu mais uma vez...
Beleza flamejante...
Corpo enervante...
De uma sensualidade de fazer tremer...
Sigo-te todos os dias todas as noites...
Actríz és dos palcos de teatro...
E Diva és de todos os meus sonhos...
Percorro teus gestos com o meu olhar...
Estendo-te meu casaco nas noites chuvosas...
E tu nem para mim olhas...
Mas sempre que sais do palco...
lá estou eu para te pedir mais um autógrafo...
esses que colecciono ao lado da minha cama...
Peço uns atrás dos outros...
Só para te poder ter bem junto a mim...
Sentir o teu breve sorriso se cruzar
com esta bruma da vida...
Endoideces o público...
Com os teus gritos de vitória...
Enlouqueces-me a mim...
Com os teus susurros do aurora...
Eu não quero saber...
Se não pertence-mos ao mesmo mundo...
Viajarei para onde fores...
Escreverei sobre tí...
Folhas e folhas...
que depois as deitarei ao vento de um qualquer penhasco...
Assino para que se as encontres...
Leías o que me vai na alma...
O que me vai no espirito...
E principalmente...
O que me vai no coração...
Coração ardente...
Fogo gelado...
Gelo astro estrondoso...
Um dia...
Sim um dia minha diva...
Hei-de te roubar aquele temido beijo...
Aquele tão malfadado beijo...
Que o guardo noite apos noite...
Na solidão de mais um amanhecer...
Sózinho a olhar a vida que se levanta
E as ruas voltam a encher-se de vultos...
E eu mais um nesses vultos...
Irei mais uma vez...
Para a porta do teu palco...
Para te ver entrar...
Para te ver sair...
Para te ver viver...
E assim...
Eu viverei tambem.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Abençoa-me meu anjo


Num fado por mim cantado...

ouvi tua voz em gemido de guitarra.

E senti-me arrepiado...

em tão delirante som...

Noites passaram..

Luares embalados por vozes quebradas..

em armaguradas dores...

de embalados desencantos...

de quem vive armaguradamente só...

e na tua voz...

eu já vivia...

na tua voz eu já cantava...

e quando a noite acabava...

no nascer do tão malfadado sol...

que me roubava de tí e da tua voz...

eu pernoitava na praia...

com o calor do dia...

aguardando a cinestesia...

de um breve entardecer...

e vivo eu dia após dia...

aguardando tua voz chamar meu nome...

e nesse día mais do que existir...

viverei na tua voz...

chorarei de alegría...

porque aí saberei...

fui abençoado...

por tí...

meu anjo.

Dez anos aprisionado clamando amor...



Passo dia após dia...

Fechado nesta cela...

lá fora o sol clama por esperança...

cá dentro vejo as trevas...

bem no fundo negro...

choro por não te poder abraçar...

perdí o poder sentir o teu calor...

dez anos vão passar...

por causa da bala trespassada...

em anjo tombado...

num roubo arrancado a ferros...

...

...

dez anos passaramm...

irei sair...

procurar-te...

a tí que prometes-te me amor eterno...

e uma eterna espera...

numa entrega de almas...

valsando numa noite de amor...

...

...

Estou a olhar-te a sair de casa...

Há dez anos não te vía...

Há dez anos gritava teu nome baixinho...

Todos os dias meus sonhos eram contigo...

O sorriso visita-me passado tanto tempo...

mas algo se passa...

dez anos esperei por ti...

dez anos rezei por ti...

dez anos clamei por um beijo teu...

Agora na minha frente...

As trevas levantam morte grandiosa...

Os sonhos removem-se das páginas do diário que ainda não escreví...

Vejo-te beijar...

Não são os meus lábios...

Perco-me na dor...

Perco-me neste ardor...

Vejo-te sorrir...

E não é no meu olhar...

Promessas vãs lançadas...

rasgadas tão facilmente nos teus braços...

a destruição...

torna-se minha guia...

a morte é o meu principal mandamento...

sentia-te bem junto a mim estes dez anos...

em cada segundo...

e agora sei...

que não era junto de mim

que estava o teu coração...

o teu corpo...

tão idolatrado por minhas mãos...

agora sei-o tocado por outras mãos...

sei-o moldado por outras artes...

renego-me a mim mesmo...

renego-me a sorte...

irei seguir os sons que me assombram...

eles pedem me sangue...

e será o meu que lhes vou dar...

e um dia quando nas noticias ouvires...

ex-prisioneiro suicida-se...

saberás que no manto de dor...

que me ilumina o poder do pensamento...

esteve a tua promessa de amor...

que mais do que dez anos...

condenou-me a morte...

eu não irei recorrer...

desta vil sentença a que me condenas-te...

e no meu testamento só vou deixar uma coisa...

e será a ti meu grande ex-amor...

uma tulípa negra...

que tu quando a receberes...

saberás o significado de tão insignificante flor.


Enterro-te na minha campa


Fizeste-me idolatrar a morte...

Fizeste-me não ter merisecórdia comigo...

A vida passava...

E eu cavava...

Sepúltura funda...

Sempre que vía gritos vãos lançados...

Eu só dizia...

Que fiz eu agora...

Para mais chagas me serem abertas.

Eu tanto te amava...

Que só quería ter-te para sempre bem junto da minha pele.

O teu cheiro era o meu opium...

O teu perfume o aroma do meu cigarro...

Eu perdia-me a ver-te dormir...

Idolatrava teus cantos de sereia...

E esquecia as atrozes feridas...

Lançadas em noites de lua cheia...

E quando o abandono sentía...

Perguntava-te se te podía-te matar...

Para poder perdurar o teu calor...

nas palmas da minha mão...

E nunca mais ninguem te poder roubar...

do meu olhar...

...

amava-te mais do que um anjo ama um deus...

essa imensidão trespassava as minhas glórias...

elas que depois de te conhecer...

deixaram de ter asas...

e as tuas glórias...

essas sim,

passaram a ser a minha biblia...

os teus mandamentos...

eram os meus dogmas...

fui vivendo no teu olhar...

e quando nos amavamos...

a minha alma abandonava-me...

a carne despregava-se...

e naquele rodopio de sentimentos...

em que vestias peles de mil mulheres...

dançavas para mim india na dança...

glamour no ser...

sedutora no me ter...

prendias-me sem o quereres...

ou querías-me para sempre a teus pés...

para um seguidor de uma endeusada teres...

cada vez mais me embriagavas no teu perfume...

para no fim sem merisericórdia...

me espetares uma faca no coração...

E agora????

Não existe piedade no meu olhar.

Não existe sonhos encontrados...

Só sonhos perdidos...

Que ficaram em gavetas perdidos...

no meio de tantos caminhares...

Perdurarás para sempre...

Sonho terno, eterno, doloroso.

Mágoa de um passado.

Mordaz dor que se enterrou lá atras...

E agora ergo sepultura

Neste monte em que me vês...

enquanto lá debaixo...

me vais espreitando...

sem coragem para sequer...

cruzares teu olhar no meu agora mordaz olhar.


Elevar na dor


Procuro te confortar na tua dor...

As lágrimas caiem...

Perdidas na face do desalento...

iluminam elas meu coração...

irei seguir-te nesta cruzada...

E mesmo quando não te estiver a olhar...

Irei estar a cuidar de ti...

A minha alma abandonará meu corpo...

Meu espírito a minha mente...

E quando uma lágrima tua caír...

Eu estarei sempre lá para a apanhar...

E para docemente teus lábios beijar...

E ao teu ouvido segredar...

-Meu amor...Não te preocupes...

vou acolher-te entre as minhas asas...

e juntos voare-mos...

Para onde és feliz.

Contigo Vivo...

Sem ti...

Perco-me em negras Trevas...

Por isso meu amor...

Proíbo-te o abandono...

Proíbo-te a morte...

Elevarei-te dessa dor...

E no fim...

seremos só nós...

naquela cabana que tanto sonhas para nós...