Livro "Quimeras Desconcertantes"

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Verdade? só o que se sente...

Englobaste na ironia dos sonhos,
em que a sorte te chama a ti,
e se esquece de mim,
meu coraçao tenta chorar por ti,
mas resta-me só o fado que dancei naquele luar.
Luar onde tu e eu fizemos amor,
dançando tango, dançando fados,
onde as ligas tinhas,
onde vestias para seduzir,
onde os seios cubrias,
do pó talco fino das estrelas,
e perfumavas-te com aromas ignobis,
tudo era pensado,
tudo era sentido,
nada era falado,
tudo era intenso,
tudo era mágico,
tudo era o nosso fado,
das noites estranhas
de amor louco, ao som da luz do luar,
aquele que sabe descrever os teus movimentos,
de a seduzir para matar,
matas-te-me nos beijos que perdi nos teus seios,
nas mãos que percorreram as tuas pernas,
enquanto o meu corpo saciava o teu amor,
noite ingrata,
de amores loucos, perdidos no tempo e espaço...
e assim busco sombras, das danças negras,
que tu e eu sem razaão viviamos...
que tu e eu deixamos de viver,
estes amores loucos...
de noites soltas,
onde as canções se ouviam aos sons,
de gemidos que eu tirava notas de ti sem fim,
e nesse tocas de espelhos d'alma,
toquei em ti toda a noite,
músicas de sentidos,
músicas de sentimentos...
que agora... resta-me este triste fado...
de andar perdido, no tempo e no espaço...
das danças perdidas naquelas noites,
tocadas ao ritmo das nossas bocas,
viciadas em ópium... viciadas em beijos,
viciadas em corpos, viciadas em sentidos...
e agora nas muralhas abençoadas,
por marés encrespadas...
largo as lágrimas de um coração maltratado,
que já não chora...
que não grita...
fica...
fica perdido no tempo...
aqui, ali e além...
onde andou ele a dançar as imortais danças do desengano,
e agora perdido nas sortes de feitiços e magias...
lá escreve e reescreve no seu coração,
cada pedaço dos momentos em flash's que nada são,
e tudo são...
que nada permaneceram... porque não são eternos...
mas eternizaram na mais sensivel das almas...
que apaixonou-se sem se poder apaixonar...
que ama sem poder dar conta do que sente...
sem poder suportar...
o que o seu coração vibra a cada luar...
o que o seu coração persiste... em recordar...
Triste fado...
das almas de veludo...
que fingiram que amam... e no desengano...
amaram, com toda a intensidade,
e agora apaixonados, amam...
amam nas brumas etéreas,
que persistem em passar por eles,
a cada rebentar de onda,
a cada suspiro de rola,
que os seus viveres sejam tocados...
congelo-me nesta mentira...
que de verdade...
só tem o que se sente...

domingo, 23 de maio de 2010

Seduzes... ou Seduzida!

Precisas de me ver...?
então sabe que é para ficar...
vens cheia de sedução...
e eu segredo-te que quem te vai seduzir sou eu.
vens emergida em rendas e aromas,
e eu marujo do amor e da saudade,
falo-te palavras ao ouvido,
elas rendadas de mágicos feromonas de paixões,
o teu coração não se sente impávido,
fica incomodado, sentido, disparado,
a deusa da seduçao...
está nua e sem barreiras,
as lagrimas que te escorrem...
por passados presentes e futuros,
que te são longinquos de purezas,
onde moravam reais sentidos na tua alma,
e agora sentes que estes sons que te clamam,
rasgam as barreiras,
rasgam o futuro e o presente...
transportando-te para um passado...
virgem e segura,
do que querias num futuro...
e enterras-te tudo naquela praia distante...
quando alguém que te ia salvar te fez cair...
e tu anjo caido...
renasceste maga sedutora...
mas nesta noite...
reduzes-te... a uma alma mais alta...
voltas a ser tu...
tocada por estes sonhos e quimeras,
que eu guerreiro dos sentidos,
continuo a clamar ao mundo...
sendo eu o louco da ilusão...
mas é este louco,
com os seus impretéritos perfeitos,
que te está a fazer voar...
para dentro de ti...
para sitios que já pensavas destruidos...
e estão tão vivos...
a deixar-me...
entrar, de mansinho...
bem devagar...calmamente...
a tocar-te...
a fazer-te pensar...
que é possivel... mesmo aqui e no agora.
Amar.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Alvorada Perdida

Procuro em mim,
o que não existe em ninguem,
mas perco-me na procura,
pois o que procuro!...
não existe nem aqui, nem ali nem além...
procuro o que não está inventado,
procuro vida...
a vida como a desenho!!
em brocados de papiro,
que vislumbram magias...
magias de artes perdidas,
que eu vou inventado,
em todo o este sonhar,
sonhar que me faz voar demasiado alto,
e ansiar o que não posso ter...
é um sonhar que me devia fazer brilhar...
faz-me chorar, lágrimas perdidas,
de quem nunca vai estar bem,
porque sabe que os seus sonhos,
não existem...
para além dos seus descabidos pensamentos...
e um a um...
como num castelo de cartas,
eles se derrubam uns aos outros...
e até me pergunto...
quando cairá a última carta...
para quando o fim de acreditar,
que ainda posso ter mais,
do que não tenho em mãos,
do que sinto,
do que desejo,
afinal...
não sou mais que ninguém,
mas também não sou menos!...
será que nem a um terei direito?!
será que nem uma das paredes do meu castelo,
ficará erguida?
como uma torre de menagem,
aos sonhos perdidos ou encontrados...
de todos nós...
que mais ou menos uns que os outros...
todos sonhamos em irrealidades,
para além destes mundos...
todos queremos sair da sombra,
e sentir que somos mais que especiais,
para alguém...
para alguém que do nada pensará em nós...
e sentirá... que nós...
somos mais que a carne que nos veste,
e os pensamentos que nos preenchem...
somos uma alma...
que é transportada para um coração...
num breve pensar,
num breve sonhar...
de sonhos irreais,
que se cruzam magicamente,
nas brumas de uma encruzilhada qualquer...
até ao caír da última carta...
poderei chorar lágrimas de vidas...
mas continuarei...
firme como uma rocha...
a acreditar,
que os sonhos irreais,
são tão reais como tu, como eu...
e como o sol que nos banha e nos aquece a alma...

terça-feira, 11 de maio de 2010

Soluçares de Carmim

Percorro tantos trilhos,
em caminhadas persistentes,
de derrotas e vitórias,
e continuo à procura de ti...
em cada encruzilhada,
sinto te perto de mim,
apesar de estares longe de mim,
não sabes que penso em ti,
não sabes que rezo por ti,
comando os meus soldados,
por este mundo fora,
comando vidas, comando espiritos,
mas é na tua alma que eu me perco...
Não conheces os meus sonhos,
não sabes onde pernoito,
não sabes em quem penso naquele deitar,
do último olhar...perdido na planicie...
não sabes...
ou secalhar, até sabes...
e só tens receio...
de dançar,
uma última dança,
em céu descuberto,
chão coberto brancos véus,
e soluçares de carmim,
em lábios eternamente colados...

domingo, 9 de maio de 2010

Realidade Incompleta

Do nada que tenho...
num tudo que vivo,
sobrevivendo do querer,
do desejar e permanecer,
em vidas e mundos que não meus,
alcanço o inalcansável,
em pensamentos perdidos,
para onde te transporto a ti e a mim...
Dançamos, ao som de tangos...
em passadeiras vermelhas rubras,
transportam elas expectativas,
que as danças sejam revelações,
de sentidos e sentimentos,
de vinhos rubros ao luar,
de ventos em outroras pensares,
onde eu vivi, e te permanecí...
em todo o meu amar...
Do nada que pressinto,
num tudo que me dão,
vejo-me sem nada...
tendo tudo.
Vejo-me perdido...
por algo... que de tão parco,
que até possa ser...
comanda-me a mim...
comanda-me a vida...
comanda-me os sonhos...
Sem esse parco porquê...
não existe porquê...
e enquanto não o tenho...
sonho...
perdido ou encontrado...
mas sempre sózinho...
por agora...
ou não...
mas sempre no sonho de um dia,
poder me sentir...
fora da ilusão,
fora da desilusão,
vivendo completo,
sentido...
e...
amado...
por ti.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Linha de Fogo

No vento deixo um arder,
no etério deixo rasto,
cheiro a insenso...
que te faz lembrar-me...
que te faz imaginar-me...
em lábios encadeados,
em mãos desordenadas...
ritmando em teu corpo,
desenfreados sentidos,
desenfreadas vibraçoes,
...
o coração pulsa...
as pupilas dilatam...
e a vida,
que para mas não para,
que permanece dura e crua
para os demais que sonham...
com a vida daquele momento.
Perfume que pressintes hipnotizar...
aroma de pele que vicia,
droga que traça rumos,
de uma vida acoplada,
de sentidos explosivos...
tudo por um rasto,
que perdurou...
para além do vento,
para além do dia e da noite,
e se eternizou na ausência,
ficando entrenhado na tua pele,
e levando-te contigo...
a essencia do meu respirar.