Livro "Quimeras Desconcertantes"

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Deserto de vida

Acordei a olhar as estrelas,
as mesmas que te acordam à noite,
aquelas que te iluminam na escuridão,
as estrelas que nos juntaram naquele luar...
...
perdia-me no teu olhar,
amava-te a cada segundo,
até ao dia da minha morte...
sabia que este amor,
na sua imensidão de eternidade,
um dia ia acabar...
e mesmo assim perdia-me no teu olhar,
perdia-me na sombra do teu corpo,
enlouquecia na penumbra do teu toque,
mesmo sabendo que um dia o fim ia chegar,
nos sussurros dizia-te que no dia do fim do paraíso,
eu iria ao mais alto penhasco,
e iria morrer no cair das estrelas,
e embrenhar na escuridão,
iria morar no umbral....
...
Agora que caminho nas ruas desertas,
falecido de sentimentos,
morto de vida,
penso que estas estrelas de penumbra,
te estarão a iluminar...
e eu...perdido...
ando sem rumo...
procuro o teu olhar aqui, ali e alem...
e ao fim do dia,
exausto de deserto...
sento-me no beiral do passeio...
há espera que a luz se volte a acender...



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