Faço mil filmes em toda a minha imaginação,
são milhares de pensamentos,
todos fragmentados,
todos perdidos,
de quem não quería estar a arder em desespero,
de quem quería nascer e morrer na tua alma,
são sentimentos explosivos e frios,
são pensamentos de dor,
alma parida em mágoa,
alma perdida em batidas,
de um qualquer Metrónomo,
que insiste em marcar a minha vida,
a uma batida descompassada,
numa hironia de quem sente demais,
e a vida lhe cede de menos,
se neste vulcão emocional,
que me corroi o pensamento,
não tenho direito a olhar a vida de frente,
e ela tende a rebentar com tudo o que sinto,
se neste ódio mordaz de querer tudo,
tenho no final de mais um dia,
o ódio de tudo o que faço,
a podridão de tudo o que quiz realizar,
porque quero e não tenho,
porque sonho e roubam-me os sonhos,
rasgando-me cada carta que escrevo,
sem aos menos as lerem...
sem ao menos as sentirem...
e em cada linha desprezada e queimada,
na lareira de uma qualquer divisão deste mundo,
eu estou a olhar para ti da rua,
de onde passeio a olhar para ti,
de onde desejo sonhar contigo,
num sonho que não doa,
num sonho que me devolva as asas,
estas que insistem em arrastar pelo chão,
como um qualquer anjo caído,
que tinha tudo para voar,
e cai a cada dia que passa,
porque se sente odiado,
sente-se não amado,
não querido,
nem sequer abençoado...
porque as asas que lhe deram,
parecem não ter destino voar...
quero rasgá-las,
quero matar o sentimento de vida que tenho...
quero não sofrer, não sonhar...
morrer frio como as almas que rodeiam os meus olhos,
mas...
sei que não é isso que quero...
sei que não é a friesa que quero que me abençoe...
quero ser abençoado pela explosão,
a explosão que parece estar encerrada dentro de ti,
a vida que te quiseram matar,
a vida que com um beijo quero renascer no teu olhar...
no teu olhar...
Esse olhar que me faz arder sem sequer me tocar,
esse olhar que me faz chorar sem magoar,
alma que beijo na testa sem luta,
alma a que me entreguei,
pela qual demanha até a noite,
sou escravo deste sentimento,
que posso até desconhecer o seu nome,
sabendo ser amor platónico, amor carnal,
amor pintado a pastel nas linhas que me perco aqui,
a ditar para o teclado,
este que vai me confrontando,
como se o ontem fosse o amanhã,
e o amanhã não tivesse chance para o hoje,
que pretendo conquistar,
que pretendo que me deixe de magoar,
e no amanhã,
como duas águias de fenix,
iremos voar bem juntos, bem unidos,
contra tornados e contra vulcões,
pelos impérios encantados do sol inca,
banhados pela magia dos deuses do aurora,
que nos abençoarão a cada voo,
que nos abençoarão a cada beijo,
que nos abençoarão a cada momento...
será que em breve poderei dizer isto...
2 comentários:
Os teus textos continuam excelentes.
Transmites os sentimentos de uma maneira muito sentida.
Le os meus novos textos que sao as carradas agora em momentos de mais inspiração
Fernando
Parabéns primo. Continua! E já agora aproveita para visitar o meu blog wwwescrevinhados-cantarinha.blogspot.com
bjs. Célia Gil
Postar um comentário