Livro "Quimeras Desconcertantes"

sábado, 3 de novembro de 2012

Siderada Loucura


Sou tão parco em palavras,
sou tão perdido em actos,
quero um vale de lençóis,
imortalizados como heróis,
gritar no penhasco,
que as horas das horas,
em que tanto te sei,
em que inocentemente,
te quebrei num siderado profundo,
olhas-te nos meus olhos,
e eu perdi-me nos teus,
abraços eternos,
bocas ardentes cheias de fome,
caricias aprisionadas,
morder-te os seios,
morderes-me as costas,
e num desenfrear numa lua cheia,
sentir que estão cegos,
todos as almas penadas que passam,
essas que repassam,
querem nos absorver,
estragar todo este viver,
mas o arco perfeito,
que nós vagabundos,
criamos,
e vocês...
almas errantes, almas gritantes,
não, não vão saber,
como podem rasgar este verso,
nem saber como podem quebrar o homem,...
porque este perfeito momento...
passasse na minha siderada loucura.


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