Livro "Quimeras Desconcertantes"

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Ignóbil existência de nada o ser

Estou angustiado, deprimido, viciado,
viciado em lagrimas que me correm face abaixo,
as palavras não fazem sentido,
os sonhos são mórbidos e destruídos,
estou em rotina,
viciada rotina,
os passos que dou levam-me sempre a becos sem saída,
olho para as pinturas descabidas,
olhos prustrados em cruzes cristas,
deviam elas acalentar o meu peito,
mas são elas mais espadas cravadas,
navego pelo mundo,
navego pelo universo,
isto tudo na minha cabeça,
e chegue aonde chegue,
é como se não tivesse partido,
e na paixão de um momento...
continuo parado.
parado encostado na berma,
berma do nada, berma do sem sentido,
a vida continua a por-me a margem da sua história...
e eu sem história e sem enredo,
vou desenhando a minha novela,
no nada do ar, no tudo do deserto,
e as palavras escritas a tinta limão,
nem com o fogo se mostrarão,...
na realidade o enredo será vazio...
vazio de nada...vazio de tudo...
esperava muito mais desta vida...
e ela no demais que eu queria...
tive demenos...tive nada...
e desapareceu-me tudo nas mãos...
fico no sonho etéreo a aguardar que a vida me contrarie...
ou que me diga. que na margem fico, na margem serei...
resignado a minha ignóbil existência...
de nada o ser.


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