Livro "Quimeras Desconcertantes"

segunda-feira, 6 de abril de 2015

Suspirar à noite...

A paixão de ser só por ser,
aquele toque do seu olhar na tua face,
o passar de segundos em infindáveis horas,
em que nos corredores da morte,
ouço entoar mais uma voz,
mais um som em mais um grito,
mais uma almejada necessidade de ter algo,
de ser algo,
e afinal que somos nós...
...
os anos passam,
as memórias ficam, os sonhos perdem-se,
e na tumba do raio da vida,
fica escrito a carvão,
o nosso memorial,
memorial de um defunto,
em que chega o diabo,
e com um pano húmido te apaga da história.
...
por isso...
Escreve numa perdida rocha,
esculpe as letras a cizel,
vai ao mais alto dos penhascos,
atira a tua história para o fundo do mar,
onde o diabo não a encontre,
e os reis dos suburbios achem demasiado longinquo,
onde nem as lágrimas são doentias,
nem os doentes são a cura,
... onde o teu amor,
aquele amor daquele toque...
permaneça no teu coração,
imaculado e eterno como sempre o desejas-te,
onde és rei e senhor,
a vida é comandada pela tua voz,
pelas batidas do teu coração,
e nesse teu amor,
amor eterno, amor faminto,
onde a paixão carnal vislumbra a cada segundo,
um beijo, um entoar,
de uma noite de canções em discos riscados,
onde os magos perderam o jeito de trovar,
e os trovadores aprenderam a amar...
...
e nesta loucura...
que te sentes depositado.
tenta...
tenta...
tenta...
e morre a tentar...
nem que seja a última coisa que faças....
amar.



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