Livro "Quimeras Desconcertantes"

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Crepúsculo da Morte

Na vida sente o suspirar do vento,
Sente o sonho que te foge...
E corre...
Simplesmente corre...
Não deixando que a vida te corrompa...
Corrompe-a com os teus sonhos...
E vive...
Sonha...
Ama...
Quando julgares que já não mais respiras...
Vai até ao espelho mais perto de ti...
Respira e verás...
Estás viva...
Por isso...
Voa...
Empresto-te as minhas asas...
Perdoo-te o passado, o presente e um futuro...
Um futuro no passado...
E um passado num futuro...
Revejo a tristeza nos teus olhos...
Lágrimas a caírem na areia molhada...
Olha o magnifico luar...
Ele devolve-te na ironía do destino...
A droga para o teu coração fazer bater...
Despes as tuas roupas...
E entras nua na água gelada...
Um casamento perfeito entre o Mar e a tua pele...
A lua é a testemunha...
...
Estrelas caiem...
O choro do universo ouve-se no romper de trovões...
no limpo céu... que parece clamar...
por ti...
não te justifiques...
não te destruas...
não te consumas...
droga-te de vida...
Enclausura-te na corrida da esperança...
consome-te com o néctar que levo nos meus olhos...
toma estas asas...
ofereço-tas para os teus voos...
mas o mar...
ele não te quer...
renega o toque da tua pele...
nega ser tão trágico sepúlcro...
Arranco numa corrida fatal...
Destino mortal...
Num suícidio fulcral...
Num nascimento brutal...
Amas a morte...
Amas a vida...
E amas todos os passos do teu anjo...
Segues o rasto além ondas...
Enterrado num crepúsculo...
Nascido para altivamente se perder...
Com a sede de reviver...
Com a sede de ser...
pego-te na mão...
retiro-te da água...
cubro teu corpo...
e num voo perdido no além...
segues...
e renasces...
e prometes...
este mar não volto a banhar...
o sonho é a minha droga...
a vida o meu caminho...
a luz o meu destino...
e quando mais se destrairem...
mais eu também estarei há vossa volta...
naquele terno abraço...
a ajudar-vos também...
a voar...
E voas para o teu destino onde nunca mais te verei...
mas saberte-ei... viva sonhadora...
...
Eu anjo caído...
caído do céu...
ou do inferno...
não me interessa...
renego-me a mim mesmo...
renego aos céus e às asas...
quando por aí tantas almas perdidas...
navegam à procura de um mar frio...
e eu tenho de chegar...
em todos os voos...
a vocês...
que já vislumbram da vida...
as vossas sombras da morte...
...
Pego na minha espada...
que transporto na escuridão dos vossos rastos...
para vos reconquistar às trevas...
Testemunhos dos céus...
Testemunhos das sombras...
E em cada toque de magía...
Completo-me em mais uma alma que voltou a sonhar.
...
Alma do jazigo...
Levanta-te do tumulo...
Descobre esse véu...
Que esse sonho não é teu...
Nem esse pesadelo meu...
Ora comigo a canção da liberdade...
Para além da vida e da fim dos tempos...
A minha alma irá voar e tocar-te
Irá abraçar-te naquele terno calor...
que te fará sorrir nas lágrimas...
que te fará saber que a noite é o amanhecer...
e que o amanhecer é o renascer...
E quando julgares...que o fim chegou...
Aí saberás...
que só o início...
começou...

2 comentários:

Anônimo disse...

A minha droga és tu...um vicio que não consigo largar...quando tento viver sem sonhar,apareces,poeta,a escrever como se fosse para mim...e eu,sem resistir,torno a sonhar...o sonho não foge...eu tento fugir dele...mas a vida sem o sonho,não tem sabor,o sabor doce das tuas palavras...não sabes...ou sabes...não sei,não dizes...diz!

Anônimo disse...

mas sei que sabes que sou sempre eu...serei sempre eu...só tu sabes...