Choro...
não tenho dores.
mas choro,
custa acabar,
custa romper,
custa perder...
por isso choro...
não porque tenho dores...
mas porque as tive...
e na nostalgia do sentir,
as dores que como as marés,
vêm e vão,
e nos mostram que afinal nem acabou nem recomeçou,
e que nada termina nem nada recomeça,
que o passado fará sempre parte do futuro,
e que o futuro é tatuagem no passado,
e quando julgares
que a dor passou,
algo se levanta...
uma lágrima cai,
um grito largas,
e pressentes...
que nem só as estações giram
ano após ano...
também tu...
dentro de ti...
ciclicamente...
pressentes,
ris, choras e amas...
ciclicamente...
ano após ano...
mês apos mês...
vida após vida...
não consegues parar o ciclo...
porque quando não amas...
sabes que voltarás a amar...
e quando estás a amar...
sabes que poderás em breve...
estar a chorar mais um terminar...
mas nesta vida...
de ciclos e anseios...
a única coisa que sabes...
que será dogmática para tí...
é que tens alma e sentimentos...
e que em cada ciclo...
algo permanece...
em todos os estados de alma...
em todos os estados de ânsia...
é que tanto tu como eu...
seremos sempre humanos...
em que quando mal nascemos...
aprendemos...
a sentir...
porque afinal...
eu e eu...
eu e tu...
...
temos alma.
Nenhum comentário:
Postar um comentário