Livro "Quimeras Desconcertantes"

sábado, 24 de outubro de 2009

Ciclos de vida

Choro...
não tenho dores.
mas choro,
custa acabar,
custa romper,
custa perder...
por isso choro...
não porque tenho dores...
mas porque as tive...
e na nostalgia do sentir,
as dores que como as marés,
vêm e vão,
e nos mostram que afinal nem acabou nem recomeçou,
e que nada termina nem nada recomeça,
que o passado fará sempre parte do futuro,
e que o futuro é tatuagem no passado,
e quando julgares
que a dor passou,
algo se levanta...
uma lágrima cai,
um grito largas,
e pressentes...
que nem só as estações giram
ano após ano...
também tu...
dentro de ti...
ciclicamente...
pressentes,
ris, choras e amas...
ciclicamente...
ano após ano...
mês apos mês...
vida após vida...
não consegues parar o ciclo...
porque quando não amas...
sabes que voltarás a amar...
e quando estás a amar...
sabes que poderás em breve...
estar a chorar mais um terminar...
mas nesta vida...
de ciclos e anseios...
a única coisa que sabes...
que será dogmática para tí...
é que tens alma e sentimentos...
e que em cada ciclo...
algo permanece...
em todos os estados de alma...
em todos os estados de ânsia...
é que tanto tu como eu...
seremos sempre humanos...
em que quando mal nascemos...
aprendemos...
a sentir...
porque afinal...
eu e eu...
eu e tu...
...
temos alma.

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