Livro "Quimeras Desconcertantes"

terça-feira, 27 de abril de 2010

Descrente

As asas abrí...
e coloquei a mais bela das máscaras,
máscara de ilusão e sedução,
máscara de odores incoompreendidos,
máscara de sentidos iludidos,
máscara...da máscara de mim vivido.
Nesta máscara,
de olfactos diabólicamente perdidos,
nos seios desta tua tentação.
Fui-te mostrando pétalas de erotismo,
em noites de sentimentos escaldantes,
coloquei uma por uma em cada pedaço do teu corpo.
Fiz-te vibrar,
Fiz-te ser...
Fiz-te...ter asas, sem saberes voar...
E no acordar despreendido e sozinho,
em que não te encontro em mim...
volto a colocar as asas,
volto a ter que voar de dia...
sendo gárgula da noite, mas anjo de dia...
sou o que quero ser...
sou o que não quero ser,
afinal...
sou eu...
apaixonado...
radical...
incompreendido...
dorido...
porque simplemente...
tenho mil almas dentro da minha...
a querer voar.

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