Livro "Quimeras Desconcertantes"

domingo, 11 de abril de 2010

Tocar-te a tí... e só a tí...

Os dias galopam e a vida não pára,
sinto tão perto e tão longe.
Desespero...
arrepio-me...
não consigo tocar-te.
Paro, respiro, choro...
Amo-te num momento,
amo-te numa eternidade...
alucinante eternidade,
esta que faz milhares fugirem,
aos tristes mandamentos do amor...
Triste infelicidade que nos consome...
quando queremos beijar alguem,
e é a nossa imagem reflectida no espelho que vemos,
quando queremos gastar cada segundo a amar,
é tão complicado querer viver neste mandamento:
-ser feliz, na felicidade de alguém.
É tão complicado nos eternizarmos nos passos,
nos anseios, nos clamores de outra alma...
Essa alma não é a nossa...
Essa alma não é a vossa...
Essa alma é a de alguem...
Que caminha a divagar mundo fora...
Em que um beijo pode despertar...
em que um olhar pode siderar...
em que um anjo lhe pode tocar.
E nós, anjos da noite,
vivendo na sombra dos dias,
que se encavalitam uns nos outros,
e a partir de certo momento,
já não existe dia nem noite...
só existe a vida perdida em nós...
só existe a ironia,
de sermos mais do que queremos...
e não termos um sonho tão pequeno...
é ele toda a minha biblia...
todos os meus mandamentos são escritos por ele,
na vida e na morte,
no céu e na terra,
no inferno ou paraíso...
só tenho um sonho...
viver um grande amor....
Ultra-romantico...
que se arma em Deus consigo próprio...
não deixa ser-se feliz...
prefere continuar nesta caminhada...
onde as lágrimas são seu alimento,
e as brumas o seu porto seguro...
A vida é mais do que um amor...
é um amor hipérbolico,
extasiante e louco,
que nos faz simplesmente...
sermos todos magos de nós proprios.

Um comentário:

nina disse...

Simplesmente belo. (também me sinto assim... por vezes)