Livro "Quimeras Desconcertantes"

terça-feira, 1 de junho de 2010

Transformar sentimentos em arte

A noite vai alta,
os sonhos são perdidos em folhas..
lançadas...
amachucadas...
...contra a parede...
escrevo o que sinto,
como se poeta fosse,
sentidos, quem não os tem,
afinal...só os coloco em frases,
que nem organizadas estão...
E nos tons que coloco,
naquelas telas perdidas em paredes,
fossem arte de vida e brumas,
e pudessem ser entitulados por quadros,
não são mais que breves rabiscos,
colados numa tela colocada ao alto,
e as outras artes, representar,
de quem representa o ninguém,
em todos os dias que tenta ser alguém,
e la vou me perdendo em mil artes,
a tentar ser artista de um não artista,
e apesar dos desconcertadas quimeras,
que coloco em cada pedacinho que produzo,
e acabo por oferecer ao mundo,
não sei se o mundo o quer,
ou se sequer o deseja...
mas eu na mesma ofereço...
e tudo o que faço clamo-me a mim proprio,
afinal... sou o meu maior fã...
sou o meu maior paparazzi,
persigo-me todo o dia,
vejo tudo o que faço,
tudo é observado ao infimo pormenor...
percorro-me e observo-me...
documento tudo em fotografias que ninguem me compra,
ponho tudo por temas, pastas, e sentidos,
ergo-me todos os dias, e olho-me logo ao espelho,
já estou no meu posto...
paparazzi do não artista,
que todos os dias persegue o sonho,
da arte beber, da arte comer, da arte viver,
e da não arte vai preenchendo cada canto da casa,
e ficando orgulhoso do não artista que é,
não fosse eu o meu maior fã,
não fosse o meu maior seguidor,
mas não...
não sou artista,
só transformo os sentimentos em arte...
afinal...
sou é mágico.

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