Choro, danço e clamo...
da-me a mão,
da-me a palma da tua mão,
confia,
acredita
fecha os olhos,
respira fundo,
entreabe os lábios,
flecte um pouco as pernas,
e anjo diabólico,
vais ser torturado neste tango,
mandas e desmandas,
mas neste breve momento,
pego-te na cintura,
não abras os olhos...
confia...
de suave provoco-te os teus lábios,
com a dureza de uma mordidela,
pucho-te, empurro-te, e faço te girar sobre ti,
não, não abras os olhos...
confia...
deixa-te ser guiada... hoje e só hoje,
coloca-te nas minhas mãos...
puxo-te contra mim...
sinto teu peito contra o meu,
o teu respirar ofegante na minha cara,
os teus lábios com sede dos meus,
e a música que não para de tocar,
e de nos provocar a alma,
espicaçar os sentidos,
e fazer-nos sentir parados no tempo,
como se o infinito existisse para nos amar,
e eu em mais uma rodopio arranco-te a saia,
e faço-te abrir bem os olhos...
bem encostados nos meus,
bem encantados no meu olhar,
hipnotizados,
marcerados,
encadeados,
de fogo, paixão e desejo,
tentas beijar-me,
...afasto-te...
não...não beijas...
pego na tua mão e volto a puxar-te contra mim,
sinto os teus seios, sinto o teu corpo,
percorro teu corpo com as mãos...
como se a minha palma,
dançasse nas curvas do teu corpo,
e nessa dança, o teu coração grita...
pega-me, consome-me, vive-me...
e eu volto a puxar-te bem para junto de mim...
e com olhos colados...
beijo-te,
bebo dos teus lábios vida,
bebo da tua lingua fogo,
bebo do toque da tua pele aconchego,
bebo do teu olhar paixão,
e paro...
volto a olhar-te no olhar...
e digo-te suavemente depois ao ouvido...
...hoje...não...
hoje vais dançar... pela vida...
para mim.
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