Livro "Quimeras Desconcertantes"

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Enlouqueço os sentidos...


Posso querer sempre superar-me...
A minha meta alcançar o infinito...
Para nele sentir...
Que o mundo é tão pequenino...
E poderei ainda ser mais do que o mais...
E atingir...
Para além de um infinitamente definido...
Que devia ser o extremo não alcançável...
E esse extremo alcanço...
Mas não ficarei por aí...
Porque se um extremo se alcança...
Eu tiro ilações da natureza...
Como nas marés que banham as nossas praias...
Ainda verei...
Que como o mar vai e vem...
E como a terra roda continuamente num sentido elipsal infinito...
Se cheguei ao infinito de algo....
Terei a certeza...
Que só terei chegado ao inicio...
De caminhar...
para outro infinito...
E voltar a superar-me...
no que não posso superar...
No que a alma já não alcança...
E alcançar...
O que quero...
Voltar a superar-me...
E se o superar...
Só saberei...
Que mais uma vez nada sou...
Porque se nunca chego...
Ao supremo superar...
Em que nada mais há para superar...
é porque afinal não sou ninguém...
E afinal é fácil eu me superar...
porque eu afinal...
sou ninguém.

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