Livro "Quimeras Desconcertantes"

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Incomensorável Arte


Na vida, Exprimo-me...
sem sequer exprimir o que vai dentro de mim,
exprimo-me,
sem sentir o que sinto ao raiar do dia...
...é na arte,
inequívoca arte,
que solto as amarras,
que me exprimo e sinto.
A arte incomensurável arte,
que nos fez brilhar o olhar,
que nos fez sonhar o amar,
que nos fez percorrer alas e vales...
é ela...
na sua forma mais magnamica,
que nos fez saber que a vida existe,
que o mar pode voar,
e os céus podem ser cobertos a fios de ouro,
é essa a arte,
de quem sente sem poder sentir,
de quem vê mais do que os outros,
e alcança o infinito...
onde ele esteja...
onde ele more,
onde ele renasça e nasça,
e renasça de novo,
num ciclo infindável de poemas,
canções ou papiros largados ao vento...
Mágicos cansados pernoitam nos meus sonhos,
perdi a emoção...
perdi a destreza...
a vida apaga-se há espera de se reacender.
a vida reacende-se na busca de nunca se apagar...
E foi nas noites de luar,
embrulhados em mantas,
onde os arfares dos coros coraram,
que nos raiares dos rios,
onde os lobisomens se transformaram,
que os desejos ébrios,
se raiaram, se eternizaram,
como as pedras em calçada,
e as rochas em altares,
erguidas para ficar,
erguidas para servir,
erguidas para serem servidas...
ELAS TAL COMO O AMOR...
ELAS TAL COMO A PAIXÃO...
Magnânima paixão,
que tende a embriagar a alma,
a enlouquecer os sentidos,
a enigmar os olhares,
e a perdurar na loucura,
a imaginação dos loucos apaixonados,
que vivem para a loucura,
que vivem para um breve momento,
para um raiar de vida,
maior do que eles,
maior do que o mundo,
maior do que os deuses,
idolatrados por todos,
ou por ninguém...
mas os magos do além...
são eles...
apaixonados...
e embriagados pelas suas bocas,
naquele breve momento de loucura.

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